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Ao longo da Costa da Namíbia existem várias colónias de focas. A de Cape Cross é das maiores e também das mais acessíveis. O custo da entrada nesta Reserva é de 5€ por pessoa e menos de 1€ pelo veículo. A visita a este local não irá ocupar muito do seu tempo, mas vale a pena a deslocação, pois é uma oportunidade única de ver uma das maiores colónias de focas do mundo, onde os seus exemplares estão a poucos palmos de distância.
Assim que saímos do carro somos abalados pelo som ensurdecedor de milhares de focas, que na época do acasalamento – finais de Outubro até Novembro - podem chegar aos 100mil. Escusado será dizer que com tanta bicharada além do barulho característico, este local conta também com um cheiro próprio, fácil de descrever, porém não muito bonito de se descrever. Por isso, prepare a sua caixa torácica para algumas sessões de apneia! Posso dizer que horas depois de ter saído do local continuava a sentir o cheiro: talvez tenha ficado agarrado à roupa ou aos pelos das narinas.
Apesar do número elevado, a foca não é considerada um animal sociável, bem pelo contrário. Tanto que durante a sua visita poderá observar os adultos a grunhirem e/ou morderem os “vizinhos” do lado, tentando definir-se como dono daquele metro quadrado. Assim que a reunião anual termina, as focas voltam a ser animais solitários e voltam a viver em pequenos grupos.
As focas não gozam da simpatia dos habitantes da Namíbia, na realidade são mesmo odiadas pelos pescadores locais, sejam estes amadores ou profissionais – por motivos óbvios! Competem pelo mesmo produto. Uma foca macho adulto pode chegar a pesar 350kg na época do acasalamento, e chega a comer 8% do seu peso (até 28kg de peixe).
É comum vermos chacais a passearem perto destas colónias. Os canídeos não precisam de lutar contra os adultos para comerem, basta conseguirem agarrar uma foca bebé que esteja distraída. Cerca de 25% dos bebés acabam por morrer antes de completarem 1 ano de vida – quer por serem um alvo fácil para os predadores ou por serem esmagados pelos machos que passam por cima dos mesmos sem se aperceberem.
Curiosidade: Durante a sua segunda viagem, o navegador Português Diogo Cão, chegou a Cape Cross – enquanto procurava o caminho marítimo para a Índia -, sendo o primeiro europeu a visitar esta área. Ergueu um Padrão, em pedra, com os direitos de Portugal sobre o território. A cruz tornou-se num marco importante de ajuda á navegação, conhecido como “O Cabo do Padrão” e mais tarde “Cape Cross” em inglês. A cruz que se encontra atualmente no local é uma réplica colocada pelo Governo da Namíbia, em 1980, uma vez que a original foi levada para a Alemanha.
No próximo episódio iremos explorar Spitzkoppe
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