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Foto do escritorEpisodes of a Trip

Gorilas de Montanha na Floresta Impenetrável do Uganda

Atualizado: 29 de nov. de 2020

Ano: 2020

Mês: Março


Para ver o Roteiro e as informações gerais, clique aqui

Esta viagem foi desenhada, sobretudo, para este dia. Para esta experiência: O Trekking para os Gorilas de Montanha. Mas antes de lá chegarmos, gostaria apenas que ficassem com esta ideia: Uganda é muito mais do que esta experiência. Percebi no momento, e continuo a perceber em retrospetiva, o porquê de se dizer “Uganda, A Pérola de África”.


Para esta viagem, decidi fazer uma T-Shirt: “It´s YOUR trip, adventure, that counts!” Ainda que façamos as mesmas atividades; ainda que os interesses e expetativas sejam semelhantes, as experiências são únicas. As variáveis são muitas, e todas contribuem para a unicidade.


No total fomos 7, sendo que cada um de nós poderia ser acompanhado por um porter. Explico no próximo episódio.

Por isso, deixo-vos a minha Experiência no Trekking dos Gorilas de Montanha:

Começo a minha partilha, em jeito de conclusão: Ao todo foram 17.48km, 4h44 minutos a andar, alguns deslizamentos pelo terreno acidentado e algumas dentadas de formigas. Isto tudo para o avistamento e observação dos Gorilas de Montanha.


A Floresta Impenetrável, como assim é chamada, é a casa de alguns, dos já poucos, Gorilas de Montanha, existentes no Mundo. O percurso em si é acessível, mas depois precisamos acrescentar uma altitude superior a 2.000 metros, o que para algumas pessoas poderá resultar em algum cansaço – mas nada que o entusiasmo não nos faça esquecer. Saindo do “percurso principal”, a deslocação torna-se complicada: a vegetação é imensa e o piso bastante ingreme e acidentado. E sim, para observarmos os Gorilas – por norma – temos de sair do caminho principal. Nessa altura, a adrenalina alimenta a nossa força e coragem!


Silverback a arrancar a casca da árvore.

A certa altura, um dos Rangers diz-nos que o SilverBack tinha sido avistado. Deveríamos levar somente o essencial e deixar tudo o resto para trás – incluindo bastões. No meio da vegetação, consegui ver uma mão, que levava suavemente folhas à boca. Poucos minutos depois, voltou-nos as costas e começou a subir uma ladeira. À nossa frente foi um Ranger que foi cortando, com auxílio de uma catana, a vegetação impenetrável. Assim que a vegetação se tornou menos densa, conseguimos avistar o Silverback, que mais uma vez estava sentado a mastigar folhas. Moveu-se uma segunda vez. Neste ponto, recorremos aos troncos das árvores e à inclinação do nosso corpo, para que a tarefa de subir fosse bem-sucedida. Quando chegámos ao topo, as emoções ficaram à flor da pele. Tínhamos o Silverback e a sua família à nossa frente! Fiquei com a ideia de que este Grande Primata, percebeu que não eramos uma ameaça, e por isso, além de nos consentir entrarmos no seu espaço, guiou-nos até ele e à sua família.


Uma das crias pertencentes a esta família. Desajeitada e brincalhona, subia para as costas das fêmeas.

Não sei precisar por quantos membros esta família era composta. Contabilizei 9: 3 crias que estavam numa brincadeira pegada; 3 fêmeas que estavam atentas às crias; uma outra que estava com uma cria de 7 dias!; e claro, o macho Silverback. Foi sem dúvida uma experiência única e bastante intensa – começando no trilho; passando pela preocupação de aparecerem outros animais pelo caminho; ao encontro com os Gorilas. Ao todo foram 60 minutos! 60 minutos com estes Seres tão fantásticos! A distância de segurança, à semelhança dos Chimpanzés, é também de 7 metros, que muitas vezes acaba por ser menos. Assim que chegamos, escolhemos um ponto para a observação. É-nos permitido circular, porém quanto menos nos mexermos, melhor - não queremos irritar nenhuma fêmea! Exato, fêmea! Se alguma delas se sentir ameaçada, poderá imitir um tipo de "chamamento", que faz com que o Silverback nos vá pedir satisfações - e, não sou muito forte dos joelhos para permanecer em postura de submissão.


Diria que o meu entusiasmo e contentamento uniu-se com a ansiedade, tendo gerado um cocktail de emoções e sentimentos que me acompanham até aos dias de hoje - aquando da recordação. Quando nos inscrevemos para fazer esta atividade, desejava e dava por garantido que iriamos ver os Gorilas. Na altura, não sabia que 12% das pessoas não têm a mesma sorte, e que saem da Floresta sem que a observação seja feita; Nunca nos podemos esquecer de que estamos a falar de animais selvagens, que têm as suas próprias vontades, motivações e liberdade, por isso, as atividades nem sempre correm como o planeado/desejado; quando temos sorte, e conseguimos fazer a observação, percebemos o quão pequenos somos e o quão imponente aquele Ser é. O quão generoso e afetuoso consegue ser. Todos estes motivos, tornam o Trekking dos Gorilas de Montanha, numa experiência única e de Uma Vida!


No Próximo Episódio irei partilhar algumas curiosidades, que fomos aprendendo ao longo do trilho e questões práticas: Organização, quanto custa e qual a duração do Trekking; Qual a roupa mais adequada; e as fotografias?

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