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Partindo da Capital, o trajeto até Fish River pode ser verdadeiramente cansativo. Segundo o Google é um trajeto de 7 horas, que sem grandes paragens rapidamente se torna em 9h. Foi o local com maior derrapagem em termos de previsão de horas do Google em comparação às realizadas. Porquê? Até agora permanece o mistério.
O que vale é que somos “jovens”, cheios de motivação movida pela necessidade de observar, sentir e viver. Por isso ao fim de 5h contínuas o Alexandre achava que estava perfeitamente capaz de continuar a sua fantástica experiência de condução pelo lado contrário, em terra batida: e a verdade é que estava! O trajeto pode ser cansativo, mas para quem aprecia paisagens áridas não vejo melhor cenário do que a condução pelas estradas da Namíbia, e esta não foi exceção!
No Post anterior fiz menção às questões “Não podem conduzir durante a noite”; “O Camping fecha as portas ao Pôr-do-Sol”. Logo no primeiro dia percebemos que não iriamos conseguir cumprir estes dois requisitos – mas daí em diante conseguimos ajustar o tempo a tudo o que gostaríamos de ver e chegar dentro do horário previsto. À medida que o Sol ia descendo as cores no horizonte iam ficando cada vez mais marcadas – era notório que tinha sido um dia de bastante calor -, e os animais começavam a dar o seu ar de graça. À medida que a luz natural ia sendo menor os nossos olhos iam-se aproximando do vidro da frente, tal como um desenho animado que tem olhos radar. Esta “poupança” dos faróis do carro teve a ver com o facto de sabermos que as luzes podem deixar alguns animais desorientados. Este foi o primeiro dia que vimos um Oryx: ali estava ele, à beira da estrada a ver o carro passar. Não íamos a mais de 30 ou 40km/h.
Chegámos ao Camping já de noite, mas deixaram-nos entrar sem qualquer problema. Tudo o que teríamos de fazer era no dia seguinte ser honestos e pagarmos a entrada do Fish River – uma vez que tencionávamos ver o nascer do sol no mesmo e a casinha que vende os tickets só abre após o nascer do sol – e efetuar o Check-in no Camping. A nossa primeira noite dentro da tenda foi fantástica: O local era tão isolado que conseguíamos ouvir o vento ao longe!
Mas o que é então o Fish River Canyon? Com 161 quilómetros de extensão e uma profundidade que pode alcançar os 550 metros, este Canyon é o segundo maior deste género, depois do Grand Canyon nos Estados Unidos. Existem alguns miradouros: Main Viewpoint, de onde se consegue ver a famosa "Hell's Bend; seguindo para o lado esquerdo tem o Hiker's Viewpoint, de onde tem início o trilho pedestre (se tenciona fazê-lo informe-se sobre a altura do ano e guia); seguindo para o lado esquerdo do Main Viewpoint é possível encontrar outros miradouros com diferentes ângulos.
Compensa acordar cedo para ver o nascer do Sol no Fish River? Ora…sim e não. Para nós compensou, pois eramos os únicos no local. Só nós, os melros e aquela fantástica paisagem – sem ruído humano! Por esse motivo, sem dúvida que compensou. Pode ainda ir um pouco mais longe do que nós e tomar o seu pequeno-almoço com aquela vista de tirar o fôlego! Nós “apenas” bebemos o café. Se for relativamente cedo terá oportunidade de explorar outros viewpoints ainda sem grande movimento de pessoas. Nós apenas visitámos o principal e o que fica do lado direito – onde se inícia do trilho pedestre.
Neste momento deve-se estar a perguntar “Então porque raio está um sim e não”. A resposta é muito simples. Para quem tenciona tirar uma fotografia com o Canyon todo iluminado terá de aguardar até ao sol subir. Não existe outra forma de obter o Hell’s Bend iluminado – só mesmo esperando. E para isso, pode fazê-lo na pacificidade daquele ambiente ou na almofada da sua cama.
Onde dormi | Hobas Camp
Facilidades | Ponto luz, água e área para churrasco na alvela. Corte da luz geral pelas 22h. Existe acesso, pago, à internet. Casa de banho e duche partilhados. Existe piscina no recinto.
Custo | 29€ para dois
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