SCAM e Polícias!
Scam! Fomos vítimas de um esquema. Esta viagem contou com duas grandes escalas, uma em Amesterdão – cerca de 9h – e outra em Zanzibar de 17h. Inicialmente não éramos para sair, em nenhum dos dois aeroportos. Primeiro porque ambas as escalas eram durante a noite, e depois devido à COVID-19. Pelas 20h em Amesterdão já não existiam nem lojas, nem restaurantes nem transportes e em Zanzibar a informação que tínhamos era que para sair e voltar a entrar no Aeroporto teríamos de fazer um teste rápido, e cada um custava cerca de 25 dólares. Já me estava a sentir o Tom Hanks no filme “Terminal Aeroporto”, quando assim que chegámos a Zanzibar percebemos que o aeroporto – incluindo o terminal internacional – ia fechar.
Decidimos por isso, com a internet do Aeroporto, escolher um local próximo, para pernoitar. Foi nesse local, muito modesto, sem vidros nas janelas, mas com redes mosquiteiras, que aprendemos as primeiras palavras em suaíli. Escusado será dizer, que naquele momento o meu corpo não via água desde o dia da saída de Portugal, ia para o meu 3º dia. A mala que deu entrada neste alojamento, foi a mala com o material fotográfico, escova de dentes e umas toalhitas húmidas, mas não tinha nem sabonete nem champô. Nem eu, nem o local onde ficámos alojados.
Passámos o primeiro controle, dois raio-x e depois de darmos uma volta numa das 2 lojas existentes, sentámo-nos. “Anna? Are you Anna Rita?”. Depois de confirmar, continuou: “Ainda bem que vos encontrei, nós temos as vossas malas desde ontem!”.
Sim, claro! Ainda bem que conseguiram encontrar estas 2 almas que estão a fazer escala, num aeroporto pequeno - especialmente porque estávamos no terminal de voos domésticos. Bastaria colocar a mala no avião seguinte, uma vez que a etiqueta tinha como destino final “Arusha”. Lá saímos, fazendo o percurso contrário, sabendo que a mala estaria com eles; sabendo que se tratava de um esquema; sabendo que todos – ou quase todos – os funcionários, olhava para nós com aquele ar de “mais uns…”.
“No Tips”, era o que estava escrito por todo o Aeroporto. O que é que os seguranças pediram? Tips pelo seu trabalho sério e respeitoso. Mas o que fazer neste caso? Dizer que não, batendo pé e: opção 1) ficar sem a mala, esperando que o seguro cubra o valor e termos a preocupação de comprar roupa nova; 2) fazer queixa, sabendo que temos de fazer o caminho do aeroporto novamente; 3) pagar 15 dólares, pelos dois? Revoltante, sem dúvida.
Acho indecente terem tirado as malas para uma salinha à parte, quando poderia ter recolhido a mala no dia anterior. É que teria dado algum jeito! Afinal de contas, tinha lá dentro um sabonete e champô.
Polícia
Poucos dias antes de iniciarmos a nossa viagem, lemos em alguns blogs informações sobre como atuar perante a Polícia da Tanzânia. O destaque para este tópico não parecia um bom indicativo. Afinal de contas, não vemos este tópico na maior parte dos destinos que queremos visitar. Questões de segurança sim, mas como atuar perante a polícia…parecia um pouco estranho. Dentro do carro que alugámos, tínhamos uma folha com algumas informações básicas: velocidades; contactos de emergência; como conduzir nos parques nacionais; dar dinheiro à polícia. COMO? Como assim dar dinheiro à polícia? A nossa folha, muito simples, dizia para sermos simpáticos para a polícia, que eles apreciavam o gesto de proximidade, e que nunca deveríamos dar mais do que 40,000 Xelim (o equivalente a 15€). Começámos a fazer contas à vida. Se assim fosse, a viagem poderia ficar ainda mais cara.
Mas tudo acabou por correr bem. Fomos mandados parar uma única vez, e assim que baixámos o vidro, o polícia sorriu e mandou-nos seguir. Não quis ver, sequer os documentos do veículo. Já o mesmo não aconteceu na primeira Tour que fizemos. Fomos a uma Aldeia Maasai, sozinhos com um guia. Num trajeto de cerca de 30 minutos, fomos mandados parar 2 vezes, e por 2 vezes o guia teve de dar dinheiro aos Polícias. A corrupção é real, com turistas, ou sem turistas a assistirem.
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